DEFERIDA RECUPERAÇÃO DA BAIANA ILMO DA CUNHA

Valor Econômico
03/05/2018
Por Kauanna Navarro

A Agropecuária Ilmo da Cunha, com sede em Luís Eduardo Magalhães (BA), teve seu pedido de recuperação judicial deferido no último dia 24 de abril pelo juiz Flávio Ferrari da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis eComerciais da comarca de Luís Eduardo Magalhães.

O grupo, que produz algodão e soja, tem dívidas totais envolvidas na recuperação de R$ 404,227 milhões, sendo R$ 43,09 mil com credores trabalhistas, R$ 326,2 milhões com credores com garantia real, R$ 77,6 milhões sem garantia e R$ 382,3 mil em créditos com micro e pequenas empresas. Do total, R$ 209,2 milhões são dívidas com bancos e fundos.

Segundo José Luis Finocchio Junior, advogado do escritório Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados, a quebra de safra no ciclo 2015/16 e o aumento de custos foram os principais motivos que levaram a empresa a pedir recuperação judicial.

Para a safra 2017/18, a projeção é que a Ilmo da Cunha obtenha receita de R$ 88,34 milhões, aumento de 28% ante o ciclo 2016/17. Do total previsto para 2017/18, R$ 38,3 milhões devem vir de algodão e R$ 50,1 milhões da venda de soja.

“Nas últimas quatro safras, a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde estão situadas as áreas de produção do grupo, sofreu forte redução no índice pluviométrico, ataque severo da lagarta helicoverpa e outras pragas e doenças. A redução da produtividade, aliada ao aumento do passivo, com a expansão das áreas de produção do grupo, ocasionaram um déficit significativo no caixa”, justificou a empresa em seu pedido de recuperação.

Segundo a companhia, a situação foi agravada pela crise econômica pela qual passa o país e a desvalorização do real, levando a um cenário de margens apertadas.

Finocchio Junior afirma que o clima atual contribui para recuperação da produtividade da companhia. Enquanto no ciclo 2015/16 a falta de chuvas provocou redução de 60% da produtividade, para uma média de apenas 21,7 sacas de soja por hectare e 110 arrobas de algodão por hectare, no ciclo 2017/18 a projeção é alcançar 55 sacas de soja por hectare e 280 arrobas de algodão, mesmos rendimentos do ciclo 2016/17.

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