Compliance e certificações em qualidade andam juntos? Sim.
Da mesma forma que o departamento de Compliance de uma empresa busca a conformidade com as Leis e regras internas, a área de qualidade busca por conformidade regulatória em um ambiente de negócios cada vez mais exigente.
E assim como um Código de Conduta e uma política anticorrupção sinalizam à equipe interna e ao mercado como uma empresa pretende executar seus objetivos comerciais, as certificações de qualidade emitidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) desempenham um papel fundamental na segurança, confiabilidade e competitividade dos produtos no mercado.
Além de serem requisitos para diversas licitações e contratos, esses selos atestam que as empresas seguem padrões reconhecidos nacional e internacionalmente, reduzindo riscos regulatórios e fortalecendo sua reputação no setor, sendo instrumentos de confiança para consumidores, investidores e reguladores.
Da mesma forma, uma empresa com reconhecimento público de conformidade (como o Pró-Ética, emitido pela CGU, ou o Selo Mais Integridade, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA) tem sua reputação qualificada.
No entanto, a obtenção e manutenção dessas certificações exigem um compromisso contínuo com boas práticas de compliance e gestão da qualidade.
As normas técnicas da ABNT e as certificações do INMETRO estabelecem requisitos mínimos para a fabricação, comercialização e utilização de produtos em diversas indústrias, incluindo automotiva, eletroeletrônica, química e de bens de consumo.
Empresas que não se adequam a essas exigências podem enfrentar sanções regulatórias, como apreensão de produtos, multas e restrições comerciais. Além disso, a falta de certificação pode expor as organizações a ações judiciais e danos reputacionais, impactando diretamente sua posição no mercado.
Não diferente, empresas com programas de conformidade robustos e certificados seguem regras e orientações, como as de uma ISO 37301, por exemplo. E, se deixam de cumprir com algum aspecto, enfrentam consequências reais: podem ser impedidas de contratar com a administração pública, perder o acesso a linhas de financiamento e até mesmo comprometer contratos no setor privado.
Por outro lado, empresas certificadas demonstram comprometimento com a conformidade, o que fortalece a confiança de clientes, investidores e órgãos reguladores.
E as semelhanças dos dois mundos – compliance e regulatório – não param por aí.
Apesar de sua importância, empresas enfrentam desafios na obtenção dessas certificações, seja pela complexidade dos requisitos técnicos, seja pelos custos envolvidos no processo. Entre os principais obstáculos estão:
- adaptação às normas: empresas precisam revisar processos, implementar controles internos e investir em tecnologia para atender às exigências regulatórias e a dinâmica de um programa de compliance;
- capacitação da equipe: a certificação exige que os colaboradores estejam alinhados às boas práticas de governança, conformidade, qualidade e segurança;
- monitoramento contínuo: o cumprimento das normas não se encerra com a obtenção dos selos ou certificações; auditorias periódicas são necessárias para manter a certificação ativa.
Fato é, no entanto, que os benefícios superam os desafios. Empresas certificadas ganham credibilidade no mercado, vantagens competitivas, maior acesso a novos mercados e oportunidades de negócio, reduzem riscos de litígios e aprimoram seus processos internos, resultando em maior eficiência operacional e qualidade dos produtos.
E mais um ponto de convergência entre os mundos: conquistar e manter uma certificação exige mais do que cumprir uma lista de requisitos — envolve mudar a forma como a empresa enxerga seus próprios processos. É colocar a qualidade como parte da cultura interna, como um valor compartilhado e não apenas uma meta a ser atingida.
Quando os times são treinados para identificar riscos, prevenir falhas e sugerir melhorias, reportar não conformidades, fazer o certo genuinamente, a organização passa a operar de forma mais consciente, eficiente e responsável. E isso beneficia não só os consumidores ou os colaboradores, mas toda a cadeia produtiva e a sociedade.
Tanto para o compliance quanto para a qualidade regulatória, contar com uma assessoria ou consultoria pode ser um diferencial estratégico, sobretudo para a execução das seguintes etapas:
- mapeamento dos requisitos normativos aplicáveis ao seu setor;
- adequação dos processos internos às exigências das certificações da ABNT e do INMETRO, e melhores práticas de conformidade no mundo corporativo;
- gestão de riscos regulatórios para evitar penalidades e restrições de mercado;
- treinamento e capacitação da equipe para assegurar a conformidade contínua;
- acompanhamento de auditorias e implementação de planos de ação corretiva.
Empresas que adotam uma abordagem proativa no compliance e na qualidade não apenas garantem sua conformidade, mas também conquistam um diferencial competitivo no mercado.